sábado, 18 de junho de 2022

OITO ANOS SEM LUA BARBOSA – PROGRAMAÇÃO


No próximo dia 25 e 26 de junho, o Galpão da Lua realizará atividades culturais e um debate para lembrar do assassinato de Lua Barbosa e cobrar verdade e justiça. Um novo julgamento do policial que atirou deve ocorrer no próximo mês de outubro.


Em 2014, na manhã do dia 27 de junho, um dia após o seu aniversário, Lua Barbosa foi assassinada ao passar por uma blitz de trânsito, em Presidente Prudente. Ela estava na garupa da moto do namorado, quando levou um tiro à queima-roupa, sem qualquer chance de se defender, tornando-se mais uma vítima da violência policial no Brasil. E naquele ano, a letalidade policial no estado de São Paulo batia recorde.

Além do tiro que acertou Lua, mais crimes foram cometidos por (outros) policiais, que subtraíram e adulteraram provas, e sustentaram uma versão nitidamente fantasiosa que prevaleceu no inquérito e julgamento militares. Ou seja, o assassinato de  Lua foi acompanhado de mais violência praticada por agentes do estado, sistematicamente negando o direito à verdade e à justiça.

A partir do inquérito da Polícia Militar, a Justiça Militar de São Paulo absolveu o policial que atirou, num julgamento absurdo, desprovido de respeito à vida, carregado de cinismo. Foi com muita luta e exposição pública, que familiares e amigos de Lua conseguiram que fosse aberto um inquérito na Política Civil, e depois anulado o julgamento militar, para levar o caso ao Tribunal da Vara do Júri de Presidente Prudente, onde deve acontecer um novo julgamento, agora considerando a investigação conduzida de forma autônoma pela Polícia Civil, que, diferentemente do inquérito militar, apontou a tese da prática de homicídio doloso.

Diante dessas barbaridades, há oito anos, o assassinato de Lua Barbosa é lembrado por familiares e amigos para cobrar verdade e justiça. São atos artísticos, palestras, passeatas e debates, que também visam promover a discussão na sociedade sobre a necessidade de enfrentar a violência policial e criar uma nova política de segurança pública, diga-se, desmilitarizada, conforme já recomendaram organismos nacionais e internacionais, como a ONU - Organização das Nações Unidas.

Recentemente, o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos por policiais militares - fato que aconteceu à luz do dia e sob os olhares e câmeras de celulares da população - foi mais uma evidencia gritante do problema estrutural do nosso modelo de segurança pública e das policias militares, que existem a margem da lei e dos Direitos Humanos. Diferente disso, precisamos de uma política de segurança cidadã.

Confira a programação completa:

                             Dia 25 de Junho

                    ·  Ato Artístico Lua, Presente! A partir das 10 horas, na praça Nove de                                    Julho.

                        ·  Mesa de debate Democracia, Segurança Pública e Violência Policial com                           Augusto de Arruda Botelho e representante do MST.                                                                 As 19:30 horas, em frente ao Galpão da Lua.

                               Dia 26 de Junho


         · Festa Junina, Festa da Lua. A partir das 17 horas, em frente ao Galpão da Lua