quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Nativos Terra Rasgada de Sorocaba se apresenta no João Domingos em Presidente Prudente

O Grupo de teatro de rua, Nativos Terra Rasgada, com a parceria do Galpão da Lua, trás à Presidente Prudente seu espetáculo Rua Sem Saída, contemplado pelo ProAC de Artes Cênicas de Rua em 2017. Esse será o início do Projeto que levará o espetáculo para 14 localidades do Estado de São Paulo.


Espetáculo: RUA SEM SAÍDA

Foto Adriano Sobral
RELEASE
Rua sem Saída é um caminho que tem apenas uma entrada. Trata-se de uma analogia sobre a vida humana que caminha para a morte; o nascimento é a estrada que culmina no cemitério. A peça aborda essa dicotomia vida/morte comparando a cidade a um cemitério. Os atores constroem, na rua, um cemitério cênico, e nele estabelecem um divertido e crítico ambiente que não passa de um jogo entre “vivos” e “mortos” que habitam esse cemitério e disputam o direito de uso sobre ele. Uma comédia com uma dose de fantasia de 58 minutos de duração, com músicas ao vivo e uma séria reflexão sobre a vida e a cidade.

SINOPSE
A trama acontece em um cemitério antigo e abandonado que começa a ser usado como moradia pelos personagens Zé1, Zé2 e Zéfa. Naquele ambiente de suposta paz, começam a acordar os fantasmas que se sentem invadidos pelos novos habitantes vivos. Os vivos identificam no cemitério estruturas que lembram a cidade, ruas, avenidas, casas, palácios e moradores, cada um com uma história estampada na lápide ou na cruz. Se relacionam com essas histórias e adotam a vida de algumas dessas figuras. Mortos, algumas alegorias de poder começam a assistir e interferir nas ações dos Zés. Com a Morte da Zéfa, a interferência que estava apenas no mundo dos vivos passa a acontecer no mundo dos mortos causando grande impacto na cidade e no cemitério. As personagens alegóricas da Educação, o Negro e Zéfa se unem para promover mudanças.
Foto Adriano Sobral

RESENHA
Ao som angustiante de um despejo de moradias, personagens da cidade adentram o cenário gritando e pedindo por respeito e fim da violência cometida pelo Estado. O cenário, até este momento é uma praça pública mas, que com o avanço das narrativas vai se transformando, estruturalmente, em um cemitério.

Vendo-se então sem alternativas, os moradores despejados veem no cemitério grandes semelhanças com a cidade, “Olha Zé, Zéfa, aqui parece uma cidade, tem até ruas, avenidas, as casinhas, as mansões, vamos ficar aqui...” Atitude que desperta repúdio dos antigos moradores, os mortos.
Acostumados aos modos de vida petrificados pela intolerância machista e escravagista, as alegorias do poder (Barão) e da religiosidade (Ecumênico) convocam a segurança pública (Segurança) e a educação (Educação) para interferir no processo que está acontecendo com o cemitério a fim de manter a ordem e a tradição.

Os mortos podem ver e interferir nas atitudes dos vivos mas, o contrário não acontece. Deste modo, o Negro e a Educação, vendo as ações dos Zés e da Zéfa criam simpatia por eles e começam a intervir no sentido de romper com o pensamento e ordens do Barão. Com a morte de Zéfa, que faz a passagens entre os mundo de maneira impactante, reveladora, dolorosa e ao mesmo tempo divertida, uma perspectiva de mudança e rompimento contra o poder e a religiosidade começam a ser desenhados.

No mundo dos vivos, os Zés lutam para conseguir enterrar o corpo de sua amiga Zéfa. No mundo dos mortos, Zéfa lidera uma revolução contra o conservadorismo e arbitrariedade.
A peça aponta para as bases sociais e a educação como possibilidades de mudança no mundo. Não há passividade no processo, todos estamos inseridos e temos papel central. A música final diz: “Viva a vida, faça arte, sobreviva as armadilhas”.



























FICHA TÉCNICA - RUA SEM SAÍDA

Coordenação de pesquisa e direção geral – Flávio Melo
Dramaturgia – João Bid
Direção Musical – Jonicler Real
Cenário – Adriano Gianola
Figurinos/Visagismo – Alessandra Rodrigues
Melodias – Gita e Rodrigues Zanetti
Fotografias – Juliana Prestes
Produção – Nativos Terra Rasgada

ELENCO 
Bruna Salatini – Segurança Pública
João Mendes – Negro
Juliana Prestes – Educação
Rodrigo Zanetti – Barão
Samir Jaime – Zé 1
Stefany Cristiny – Zefa
Tom Ravazoli – Zé 2
Vitor Silva – Religião


Serviço:
Espetáculo Rua Sem Saída
Quando? Sábado, 20 de janeiro – às 20h
Onde? Praça do Wi-Fi do Residencial João Domingos Netto


Quer saber mais sobre o Nativos Terra Rasgada?


Foto Adriano Sobral